Prólogo do Professor Paulo
Com muito orgulho e satisfação, o meu blog recebe um
texto do professor e amigo Isaias Lobão, professor do Instituto Federal de Tocantins
e ferrenho estudioso de temas concernentes ao fazer humano, no caso, aqui, a Economia.
Não por acaso, a obra alvo desse texto é o livro “Tesouro para horas difíceis:
Como superar as dívidas”, lançado no presente ano de 2023.
Conheço o professor Isaias há cerca de três décadas,
fomos colegas no curso de História da UnB e desde àquela época, parecia claro
para mim que nossas visões de mundo eram enriquecidas e depuradas durante
algumas discussões que tínhamos, às vezes não muito educadas de minha parte,
devo confessar. Apesar de nossas visões espirituais serem diametralmente opostas
em muitos aspectos, posso afirmar categoricamente que o texto ora apresentado está
totalmente de acordo com o espírito do meu blog: é um texto acessível, possui
um caráter de divulgação de um tipo de conhecimento que pode efetivamente
ajudar às pessoas, fazendo pontes entre a teoria e a vida cotidiana, é um texto
que suscita pontes para outras áreas do conhecimento, entre outras qualidades.
Devo informar que o professor Isaias é um pastor relativamente
famoso e com uma carreira já consolidada. Digo isso porque o artigo dele possui
um amparo bíblico, claramente perceptível. Todavia, no caso aqui, não creio que
isso seja por si um problema quando se colocam ideias e percepções sobre como
se comportar eticamente com relação às finanças. No meu entendimento, as
passagens bíblicas são um ponto de partida, mas precisam ser percebidas
dogmaticamente, ou de forma fanática. São como se fossem ideias baseadas no bom
senso que até mesmo respeitados economistas concordariam sem grandes problemas.
Não por acaso, o prefácio do livro do professor Isaias foi assinado pelo
professor Ubiratan Jorge Iorio, ex professor da UERJ,
muito respeitado no meio acadêmico.
Para mim, o motivo que acho mais importante dessa parceria com o
professor Isaias Lobão foi a minha preocupação com a educação financeira. Hoje,
já com certa experiência de vida, percebo o quão importante é a educação
financeira. Muitas pessoas erram em seus investimentos, muitas vezes, por pura
ignorância. Sabemos que uma “jogada” financeira errada pode lançar uma família
inteira nas valas da marginalidade social; infelizmente, isso é mais comum do
que imaginamos.
Assim, agradeço ao meu amigo pela honra do texto e espero que o(a)
leitor(a) se divirta e tenha uma aprendizagem positiva sobre economia e
finanças.
Por fim, recomendo fortemente o livro “Tesouro para horas
difíceis: Como superar as dívidas”. Tenho certeza que essa obra tem o poder de
melhorar sua relação com o dinheiro e, consequentemente, abrir passagens para
uma vida mais próspera e feliz.
Tesouros para as horas difíceis: Como
superar as dívidas
Pesquisas
apontam o alto nível de endividamento das famílias brasileiras. Sessenta e seis
por cento (66%) dos brasileiros possuem dívidas, e o pior, a maioria delas no
cartão de crédito, no cheque especial e em empréstimos pessoais; dívidas com
taxas de juros muito altas.
Sucessivas
crises econômicas, a falta do planejamento financeiro pessoal, as ganâncias do
coração, que busca satisfazer os desejos rapidamente, contribuem para ampliar
este quadro.
Em
alguns casos, as dívidas podem estar
relacionadas a situações emergenciais, como o fato de alguém da família ficar
doente, por exemplo; e você pode ter se endividado por conta disso. No entanto,
na maioria dos casos as dívidas decorrem de péssimos hábitos financeiros, como
gastar além da conta ou comprar por impulso, respondendo aos apelos do
consumismo.
Quem
não está com as contas em dia vive estressado e ansioso. Pois teme as inúmeras
ligações dos cobradores, fica preocupado (a) com as contas atrasadas e sofre
pressão por parte dos familiares. Em muitos casos, as pessoas chegam à depressão,
já que a questão financeira influencia a vida espiritual, a saúde mental, a
rotina da família e os planos para o futuro.
Se você está endividado (a) ou prestes a se endividar, atente
para o que diz o texto bíblico de Provérbios 21: 20. Aqui são apresentados dois
princípios sobre dívidas e como deve ser feita a administração de sua vida financeira.
Em primeiro lugar, o princípio do contentamento. O sábio
confia que Deus irá prover o necessário para sua vida. Como diz a Bíblia: Não amem o dinheiro; estejam satisfeitos com o que
têm. Porque Deus disse: “Não o deixarei; jamais o abandonarei”. (Hebreus 13:5).
O dinheiro é
útil e devemos trabalhar para sustentar nossas famílias, mas não devemos deixar
o dinheiro dominar nossa vida. O desejo por riquezas ou bens materiais nunca
deve se tornar mais importante que o desejo de agradar a Deus.
Todo
o sucesso, a segurança e as bênçãos da vida dependem da providência de Deus.
Tudo o que precisamos vem de Deus: a casa que nos traz proteção; a cidade que
nos dá segurança e estabilidade; os alimentos e as provisões diárias que
precisamos para sustentar a vida. Portanto, para
ser feliz e se sentir satisfeito (a), você não precisa responder os constantes
apelos do consumismo.
Porém,
devemos nos lembrar que a promessa de suprir nossas necessidades não significa
que Deus irá nos empanturrar com bens materiais, como anunciam os pregadores da
teologia da prosperidade.
O
texto bíblico é claro, teremos o suficiente para viver e devemos ser gratos por
isso. Não digo isso por
estar necessitado, pois aprendi a ficar satisfeito com o que tenho. Sei viver
na necessidade e também na fartura. Aprendi o segredo de viver em qualquer
situação, de estômago cheio ou vazio, com pouco ou muito. Posso todas as coisas
por meio de Cristo, que me dá forças. (Filipenses
4:11-13).
O
segundo princípio que aprendemos aqui é o princípio da moderação. O tolo vive
gastando e se endividando. Ele consume tudo que possui, comprando o que não precisa, com o dinheiro que não tem, para
impressionar pessoas que não gosta, a fim de tentar ser uma pessoa descolada e
moderna. Portanto, seja moderado (a) em seus gastos. Aprenda a poupar.
A maioria das pessoas preferem os bens presentes em
detrimento aos bens futuros. Este conceito está relacionado ao fato de
preferirmos eliminar um dissabor futuro o quanto antes, por meio de ações que
atribuímos um maior valor. Assim, para poupar e se livrar das dívidas você
precisa desistir de uma satisfação presente, onde geralmente alcançamos uma
recompensa imediata, por uma satisfação no futuro.
A Bíblia nos incentiva a economizar, não acumular tesouros. O
dinheiro deve ser gasto com prudência e controle.
Gênesis registra a história de José, filho de Jacó no Egito.
Ele utilizou o princípio da moderação para resolver o problema das vacas
magras. Deus anunciou que viria um tempo de fome e carestia e determinou que
20% de toda produção fosse poupada. José seguiu à risca as determinações de
Deus. Durante 7 anos, o povo do Egito foi obrigado a poupar 20% de sua
produção. E quando chegou o período de calamidade, eles tinham recursos para
alimentar toda a população do Egito e ainda vender o excedente para os povos que
viviam ao seu redor.
Por isso, adote esse princípio e seja moderado em seus
gastos. Como é dito por aí: “O dinheiro não aceita desaforo”. Isto quer dizer
que ninguém consegue viver gastando mais do que ganha. Portanto, devemos ser
prudentes com nossos gastos, inclusive fazendo poupança para as horas difíceis
ou para emergências. Além disso, a pessoa que tem o hábito de poupar pode
adquirir à vista bens de maior valor, sem a necessidade de pagar juros
exorbitantes.
O que fazer quando você está endividado(a)?
Faça
um plano de pagamento:
Normalmente
não é possível pagar todas as dívidas de uma só vez. Por isso, é importante
criar um plano de pagamento, para quitar a dívida dentro de certo prazo. Um
plano bem elaborado é valioso e pode evitar muita confusão (Provérbios 21:5).
Quando
você tem um plano de pagamento, você pode criar um orçamento e organizar quanto
você pode gastar em suas necessidades e outras despesas. Assim você terá mais
noção de quanto dinheiro está gastando e poderá até colocar um pouco de lado
para poupar. O objetivo é viver dentro dos limites de seu orçamento, sem
contrair mais dívidas.
Procure
um bom aconselhamento financeiro.
Você
não precisa fazer tudo sozinho. Muitas vezes, Deus usa outras pessoas para nos
ajudar e abençoar. Peça aconselhamento a alguém que tem sabedoria financeira e
que pode lhe ajudar. O acompanhamento pessoal de uma pessoa que entende de
finanças pode fazer toda a diferença (Provérbios 19:20).
Existem
vários grupos e organizações sociais que ajudam as pessoas a pagar suas dívidas
e a viver dentro de seus meios, evitando mais empréstimos. Ou talvez você
conheça alguém que é muito bom a gerir seu dinheiro. Busque os recursos que
estão perto de você e aproveite a ajuda humana que Deus lhe oferece.
Com
ajuda, você pode ficar livre da dívida!
Abaixo a obra do professor Isaias:
RECOMENDAÇÕES DE LEITURA
Como organizar sua vida financeira
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