sexta-feira, 4 de setembro de 2009

INTRODUÇÃO À FILOSOFIA (C1): FILOSOFIA MEDIEVAL

FILOSOFIA MEDIEVAL: LINKS PARA VÍDEOS

Num primeiro momento, podemos considerar a FILOSOFIA MEDIEVAL inserida na IDADE MÉDIA. Costumeiramente, a Idade Média é limitada historicamente pela QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO DO OCIDENTE (476) até a tomada de Constantinopla pelos turcos (1453). Ou seja, com base nessa demarcação, a Filosofia Medieval abrange praticamente 1000 anos (séculos V até o XV), podendo ser considerada o maior período dentro da História da Filosofia. Como nos lembra Libera, "No fundo, a visão de Idade Média confunde-se com o que é chamado de "Ocidente Cristão""[1]. Há, no fundo, várias Idades Médias que atendem a interesses linguísticos, culturais, identitários e outros. Danilo Marcondes, historiador da Filosofia, chega a afirmar que "o que realmente conhecemos como "Filosofia Medieval", está concentrada entre os sécs. XII e XIV, período do surgimento e desenvolvimento da escolástica."[2]
Para efeitos didáticos, consideraremos que a Filosofia Medieval abrange inicialmente os sécs. IV-V e vai até o final do século XV, chegando no início do século XVI.
Assim, SANTO AGOSTINHO (354-430) pode ser considerado um pensador medieval. SANTO AGOSTINHO acreditava que a Filosofia poderia ajudar a Teologia, no sentido da Filosofia ser uma etapa para se chegar ao verdadeiro conhecimento, ligado ao conhecimento contido na Bíblia. A filosofia agostiniana pode ser inserida na PATRÍSTICA, movimento religioso do início da Idade Média.
As idéias de Agostinho irão influenciar SANTO ANSELMO (1033-1109). Santo Anselmo formulou o famoso ARGUMENTO ONTOLÓGICO, no qual, aprioristicamente, prova que Deus existe. Resumidamente, ele parte do conceito de Deus como sendo "o ser do qual nada maior (ou mais perfeito) pode-se pensar" para a conclusão de que Esse ser existe. Importante ressaltar que, aqui, o conceito de Deus é necessário e independe da experiência, assim como o conceito de triângulo. Assim, esse ser não pode existir só na mente, tem que existir na realidade, ou em algum tipo de realidade. Podemos fazer um paralelo, por exemplo, com a "realidade" dos números ou das formas geométricas.
Santo Anselmo pode ser considerado o primeiro grande pensador da Escolástica. Grosso modo, a Escolástica, na época de Anselmo, pode ser entendida como profundamente influenciada pelo aristotelismo. Essa influência marcará, por exemplo, a filosofia de SÃO TOMÁS DE AQUINO (1224-1274). Podemos perceber essa influência na obra tomista SUMA TEOLÓGICA a qual influenciará não só a Filosofia Medieval mas, também, o pensamento ocidental. Nessa obra, são Tomás tentou, racionalmente, demonstrar a existência de Deus. Essa demonstração é encontrada nas famosas "cinco vias da demonstração da existência de Deus". Nas cinco vias, percebe-se a tentativa de alinhar elementos aristotélicos, cristãos e da filosofia de Santo Anselmo, visto acima.
Por fim, Guilherme de Ockham pode ser considerado o último grande pensador da escolástica. Uma de suas principais contribuições está relacionada com a questão dos universais. Resumidamente, a questão dos universais, na Idade Média, está relacionada com as seguintes perguntas: alguns nomes (como homem e animal) possuem realidade concreta ou são apenas conceitos? Sendo conceitos, esses nomes são meramente mentais ou estão fora da mente? A resposta de Okcham a essas questões é nominalista. Para um nominalista, os universais são flatus vocis (sons vazios), ou seja, são sons sem uma referência no mundo ou na mente. Ockham concorda parcialmente com isso. Todavia, para ele, o conceito possui alguma referência mental.

CITAÇÕES

[1] 1998, pp. 11-12
[2] 2002, p. 103


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LIBERA, Alain de. A Filosofia Medieval. São Paulo: Edições Loyola, 1998.

MARCONDES, Danilo.
Iniciação à História da Filosofia: dos Pré-Socráticos
a
Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2002 (7a edição)




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